domingo, 30 de março de 2014

Crónica IV - O lado feminino do planeta Terra

  

“O lado feminino do Planeta Terra”
Quando sob as nossas cabeças a tempestade desaba refugiamo-nos no nosso espaço de conforto rogando que passe o mais rapidamente possível.
Do alto da nossa sabedoria acusamos os dias húmidos e chuvosos de serem os responsáveis pela depressão originada pela busca passiva de uma felicidade inatingível. Chegamos mesmo ao extremo de acusar o Deus criador de um castigo do qual não nos sentimos merecedores.
 Numa impaciência infértil, ansiamos pelos dias luminosos com a vã esperança que sejam os raios do astro rei, ao avivarem as cores de tudo o que lá tem estado até então, nos acalentem a alma, nos baralharem os sentidos, nos provoquem suspiros que façam germinar a paixão que conduzirá à tal descarga que elevará o corpo ao clímax da felicidade.
Por comodidade ignoramos que só poderemos desfrutar do prazer da colheita se os campos forem humedecidos, regados, fertilizados e então mais tarde, dependendo da determinação da própria natureza, quando a semente penetrar a terra fertilizada, qual menir hirto, possa então germinar acalentada pela paixão soalheira dos dias mornos de primavera.
Antes porém, das fontes secadas pelo estio terá de jorrar o líquido cristalino e milagroso que tem escondida a fórmula da felicidade, a Água.
Fonte de vida. Símbolo da purificação, da limpeza, do nascimento, da cura, da fertilidade, da fecundação, da transformação, da força, da rebeldia e que tantas vezes, por descuido do único ser racional que habita este planeta azul água, arrasta consigo a morte e a destruição.
A TERRA, um ser feminino na sua plenitude, beleza, capricho e vaidade reclama para si toda a simbologia do líquido que a mantém viva, apaixonante, regenerada e fértil.


Lúcia Papafina (março 2014)

terça-feira, 18 de março de 2014

Crónica III – A Carta que não tive oportunidade de escrever ao meu pai.


Crónica III – A Carta que não tive
oportunidade de escrever ao meu pai.


- Quem tu pensas que és para teres
partido sem avisar?
Que rompes as promessas de castigo.
Que furas os horários maternos de estudo.
Que roubas o comando da TV.
Que combinas num segredo paterno
a primeira saída noturna,
mas que me manterás numa redoma de vidro!
E te zangarás quando der o primeiro beijo.
Que chorarás comigo, desalmadamente
a caminho do altar.
Pai,
tu nunca soubeste dizer não!

Pai,Tu és:
A razão de eu vestir uma t-shirt quando lá fora a neve cai,
ou de ir de casacão quando o calor apertar.
A melhor forma de eu apanhar uma constipação.
A melhor desculpa para não comer a sopa,
ou ficar a ver um filme até mais tarde.
A melhor companhia para ir ao meu primeiro concerto.
Na tua banal imperfeição
serás sempre o meu herói
e eu a tua menininha.
Por ti:
Serei corajosamente paciente,
inteligente e decidida.
Aprenderei a suportar a tua Partida.
Não desistirei dos meus sonhos.
Com certeza tornar-me-ei mulher.
Viverei apaixonadamente,
perpetuando o teu nome.
Chegarei  ao fim da meta.
Reclamarei à providência divina um anjo da guarda.
 Pai, acredita que:
Que o coração bate depressa,
quando no silêncio da noite,
no momento em que a realidade
 se confunde com as lembranças,
chamas por mim.
Que no teu abraço o medo desaparece.
Devo-te cada sopro.
Sei que zelarás por mim para lá da eternidade
num simples e prolongado toque de dedos
sentirei o teu conforto nas horas difíceis
PAI,
AMAR-TE-EI saudosamente
até ao fim dos tempos.

Lúcia
Papafina (março de 2014)
Dedicado ao meu pai, ao pai das minhas filhas, a um aniversariante especial e a todos os
pais.




sábado, 8 de março de 2014

Publicação do Conto I - "Porque te AMO"

http://prazeres-do-livro.blogspot.pt/p/contos-ineditos.html
 

Para Ti, Mulher

Tal como um sorriso que comunica sem falar.
Tal como uma brisa que acaricia sem tocar.
Tal como um aroma que inebria sem intoxicar.
Tal como um sabor que deleita sem amargar.
Tal como um som que embala sem adormecer.
 
 
A escrita é uma ato solitário
que se sente com todos os sentido
(Lúcia Papafina)


sábado, 1 de março de 2014

Crónica II

Carnaval - A Festa da sensualidade

"Quando penso em carnaval vem-me à memória..." (continuar a ler na página "Crónicas de uma romântica assumida... Crónica II)