“O lado feminino do Planeta Terra”
Quando sob as nossas cabeças a
tempestade desaba refugiamo-nos no nosso espaço de conforto rogando que passe o
mais rapidamente possível.
Do alto da nossa sabedoria
acusamos os dias húmidos e chuvosos de serem os responsáveis pela depressão
originada pela busca passiva de uma felicidade inatingível. Chegamos mesmo ao
extremo de acusar o Deus criador de um castigo do qual não nos sentimos merecedores.
Numa impaciência infértil, ansiamos pelos dias
luminosos com a vã esperança que sejam os raios do astro rei, ao avivarem as
cores de tudo o que lá tem estado até então, nos acalentem a alma, nos
baralharem os sentidos, nos provoquem suspiros que façam germinar a paixão que
conduzirá à tal descarga que elevará o corpo ao clímax da felicidade.
Por comodidade ignoramos que só
poderemos desfrutar do prazer da colheita se os campos forem humedecidos,
regados, fertilizados e então mais tarde, dependendo da determinação da própria
natureza, quando a semente penetrar a terra fertilizada, qual menir hirto, possa
então germinar acalentada pela paixão soalheira dos dias mornos de primavera.
Antes porém, das fontes secadas
pelo estio terá de jorrar o líquido cristalino e milagroso que tem escondida a fórmula
da felicidade, a Água.
Fonte de vida. Símbolo da
purificação, da limpeza, do nascimento, da cura, da fertilidade, da fecundação,
da transformação, da força, da rebeldia e que tantas vezes, por descuido do
único ser racional que habita este planeta azul água, arrasta consigo a morte e
a destruição.
A TERRA, um ser feminino na sua
plenitude, beleza, capricho e vaidade reclama para si toda a simbologia do líquido
que a mantém viva, apaixonante, regenerada e fértil.
Lúcia Papafina (março 2014)
3 comentários:
Parabéns Lúcia. O blogue está muito bem! A tua escrita cativa...
Beijinhos e felicidades.
São
Obrigada. Gostei de receber o teu comentário. Força também com a tua escrita.
Enviar um comentário